Não é novidade que, entre os segmentos do setor de turismo, as viagens corporativas foram as que mais sofreram com a pandemia da Covid-19 – e ainda vem lidando com os efeitos da baixa demanda, no Brasil e no mundo.
De acordo com dados da Abracorp (Associação Brasileira de Agências de Viagens Corporativas), as receitas desse mercado caíram 39,6% no primeiro semestre deste ano em relação ao mesmo período do ano passado.
As operações totalizaram R$ 1,427 bilhão, considerando todos os segmentos atendidos pelas empresas do setor, em comparação aos R$ 2,364 bilhões de janeiro a junho do ano passado.
Agora, com o avanço da vacinação e a retomada de ao menos parte das atividades corporativas presenciais, como ficará esse mercado? Listamos aqui três tendências que devem ditar os rumos das viagens a negócios no futuro.
1 – Modelo híbrido
Assim como a volta à rotina dos escritórios, as atividades associadas às viagens corporativas também ocorrerão, em muitos casos, em um modelo híbrido. Isso significa que parte das razões para as viagens acontecerem deixarão de existir.
Um exemplo bastante tradicional é o das conferências e feiras: elas podem diminuir de tamanho, adotando uma programação que aconteça presencialmente e em canais virtuais simultaneamente – mais democrática, inclusive.
É difícil imaginar, porém, um mundo em que esses eventos, considerados de extrema importância para construir uma rede de relacionamento e contatos nos negócios, deixem de existir. Portanto, a demanda por viagens relacionadas a eles deve continuar, ao menos parcialmente.
2 – Tipos de viagem
A política das empresas sobre o que deve ou não motivar uma viagem ficou mais rigorosa em razão da pandemia – e a maior probabilidade é que isso se mantenha de alguma maneira.
Serão priorizadas atividades que requeiram a presença de funcionários, como a abertura de uma nova fábrica ou o início de operações em outro país.
Uma pesquisa do Lufthansa Innovation Hub mostra que a maioria dos especialistas ouvidos acredita que viagens para treinamentos ou integração de equipes devem sofrer declínios no pós-pandemia.
Por outro lado, mais de 50% deles diz que atividades como busca por novos talentos, produtos ou fornecedores e pesquisa de tendências ou locações devem continuar motivando as saídas, no mesmo nível de antes.
3 – Bem-estar e segurança
A preocupação com a segurança e o bem-estar dos trabalhadores atingiu novos patamares durante a crise sanitária – e a tendência é que continue em níveis elevados, inclusive como maneira de reter talentos em um mercado cada vez mais competitivo.
E isso se aplicará, naturalmente, às viagens corporativas. Além de dar mais atenção aos cuidados de saúde, garantindo a hospedagem em locais que respeitem todas as condições necessárias para preservar a saúde dos visitantes, as companhias terão de oferecer outras facilidades.
Entre elas estão a possibilidade de unir os percursos de negócios a escapadas para o lazer, escolher acomodações que ofereçam maior conforto ou subsídios para atividades físicas ou alimentação saudável durante a estadia.
Nesse contexto, os meios de hospedagem devem estar preparados para oferecer uma estadia que contemple essas preocupações, incluindo não apenas uma estrutura adequada para o trabalho, mas também para o descanso dos viajantes – sempre com foco na experiência e no bem-estar.
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